Um grupo de adolescentes do município de Massapê do Piauí participou, no último sábado (20), do 12º Seminário de Literatura Picoense, evento promovido pela Academia de Letras da Região de Picos no auditório “Desembargador Edvaldo Pereira de Moura”, da Alerp.
Os adolescentes realizaram duas apresentações. O sanfoneiro mirim, Renato Carvalho, mostrou seu talento com o acordeon tocando músicas como “Numa Sala de Reboco”, do rei do baião, Luiz Gonzaga. Outra participação foi do grupo de violão, pelos adolescentes Keyanne Veloso, Álvaro Henrique, Keylane Silva e Pâmella Coutinho.
Os adolescentes fazem parte do projeto “Descobrindo Talentos”, uma atividade do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, através do Centro de Referência da Assistência Social (Cras).
O grupo é coordenado pelo instrutor musical, Marcos Rogério, que, em entrevista, falou sobre o projeto iniciado em 2016. “Iniciamos com um grupo de flautas doce, e em 2017, formou-se a primeira turma de violão. A gente imaginava menos, como uma atividade para tirar as crianças do ócio, mas fomos surpreendidos no desenvolver do projeto. A gente notou que o nome do projeto fazia todo sentido, porque haviam ali vários talentos guardados. A gente não ensinou eles, a gente descobriu esses talentos.”, disse Marcos.
Atualmente, o projeto possui dois grupos, sendo 15 com flautas, considerada a categoria de base das aulas de música, e 15 com violão, além de Renato Sanfoneiro, um garoto que começou no grupo de flautas, evoluiu e mostrou talento com outro instrumento, o acordeon.
Paula Fernanda, coordenadora do Cras, e Simone Lacerda, coordenadora do SCFV
Paula Fernanda, coordenadora do Cras, destacou que o ‘Descobrindo Talentos’ é um projeto de iniciativa local que tem atraído a atenção de crianças e adolescentes, despertando neles o interesse pelas artes e revelar talentos. “Qual jovem não gosta de música? Sabendo disso, a gente teve essa ideia e colocamos em prática. A gente imaginava que íamos descobrir muitos talentos, por isso o nome. Além d música instrumental e canto, temos a dança com o grupo de balet, que já existia e foi inserido no projeto.”, disse.
Durante o Seminário, os adolescentes foram presenteados com livros
A participação dos adolescentes no Seminário de Literatura Picoense foi a primeira apresentação do projeto fora de Massapê. Evilásio Moura, membro da Academia Picoense de Letras e psicólogo do Cras em Massapê do Piauí, que conhece bem o projeto, intermediou a apresentação na Alerp. “Veio abrilhantar o nosso Seminário, pois os adolescentes, apesar do pouco tempo nas aulas de música, já apesentam qualidade nas suas aptidões. Eles ajudaram a dinamizar o nosso Seminário. E para eles, se apresentarem em outras cidades, numa Academia, é um incentivo, um estímulo”, pontuou, acrescentando que a Academia de Picos tem procurado envolver artes de outras cidades da região.
_O Seminário
A programação alusiva ao 15º Seminário de Literatura Piauiense e 12º de Literatura Picoense, promovido pela Academia de Letras da Região de Picos, o evento aconteceu nos dias 19 e 20 de outubro, com palestras com temas ligados a cultura e lançamentos de livros.
No primeiro dia, a professora e poetisa Olívia Rufino proferiu a palestra com o tema: “Picos: um abraço de educação, arte e cultura”. No sábado, 20, aconteceu encontro das academias de letras do município de Picos. Depois a professora e poetisa Deolinda Marques proferiu palestra com o tema: “O Hino de Picos: uma composição poética”. Teve ainda o lançamento dos livros de Samuel Nascimento e da poetisa Ana Maria Coutinho Feitosa.
A programação seguiu à tarde, com palestra da professora da Universidade Federal do Piauí-Campus de Picos, Cristiane Feitosa Pinheiro, que abordou o tema: “Miguel Guarani e a gramática de uma vida polissêmica”. E concluindo a programação, o escritor e membro da Academia Piauiense de Letras, Francisco Miguel de Moura, lançou o seu livro intitulado: “Minha história de Picos”.
O Seminário de Literatura Piauiense e Picoense não era realizado há dois anos e o projeto foi retomado agora em 2018 e, segundo o presidente da Alerp, Vilebaldo Rocha, deve ter prosseguimento. “Esse seminário é alusivo ao aniversário da Alerp, que é dia 22 de outubro. Era para ser realizado todos os anos, mas, às vezes, infelizmente, faltam recursos e as pessoas cobram a presença de escritores de nível nacional e não temos condições de trazê-los. Mas nós temos aqui, escritores de nível nacional, falta apenas difundi-los.”, ressaltou.
Com informações de Willians Sousa e José Maria Barros